A
vovó de Nancy tinha uma loja de flores. Atrás de sua casa havia um viveiro,
onde se podia encontrar qualquer variedade de planta que você possa imaginar.
E
atrás do viveiro havia um jardim. E o jardim transbordava de flores de verão.
Haviam flores rosadas, flores azuis, alaranjadas, douradas e flores amarelas. E
atrás, num pequeno cercado, estavam plantas cheias de rosas vermelhas, brancas,
rosadas e amarelas. Quando Nancy ia visitar a vovó, sempre ajudava a molhar as
flores, e também ajudava a capinar, tirando o mato. Algumas vezes, a vovó lhe
dava uma tesoura, e deixava que ela cortasse algumas flores para fazer um buquê.
Ela precisava de tesoura, especialmente para apanhar rosas. Sempre que podava
as flores, Nancy pensava como devia ter sido lindo no Jardim do Éden, onde não
havia espinhos nas rosas, não havia erva daninha e nem mato para arrancar. Como
devia ter sido lindo antes que o pecado entrasse em nosso mundo para estragar
tantas coisas bonitas! Mas os espinhos eram superados pela deliciosa fragrância
das rosas, e por isto ela era muito agradecida.
Uma
manhã a mamãe perguntou: “Nancy, você gostaria de ir passar o dia com a vovó?”
“Ó,
mãe, como eu gostaria de ir. Eu gosto muito de ir à casa da vovó!” E Nancy
batia palmas de felicidade. “Vai ser muito divertido na casa da vovó”. Quando a
mamãe e Nancy chegaram na entrada da casa, a vovó já estava esperando por elas.
Tinha um grande sorriso em seu rosto, e deu um beijo em Nancy. “Você é
exatamente a ajudante que eu precisava hoje. Vou estar muito ocupada arrumando
flores para um casamento. Não tenho ninguém para capinar e molhar minhas
flores. Você gostaria de fazer isto para mim?”
“Lógico
que sim”, disse Nancy, se sentindo muito importante e correndo com a vovó para
o jardim.
A
vovó mostrou quais as flores que precisavam de atenção, e depois voltou para a
loja, para trabalhar nas flores para o casamento.
Enquanto
Nancy trabalhava, lembrava que sua avó tinha dito, muitas vezes, que ela
deveria lembrar de nunca arrancar uma flor, mas sempre cortar com uma tesoura.
A vovó também sempre avisava para não entrar no cercado onde estavam plantadas
as rosas.
“Rosas
têm espinhos muito perigosos”, sua vovó tinha dito, “eles podem machucar uma
menina pequena. Eu conheço uma menininha a quem não quero ver toda arranhada
pelos espinhos”.
Nancy
lembrava destas regras enquanto arrancava o mato e molhava as flores. “Acho que
estas regras foram feitas quando eu era ainda muito pequena para saber como me
cuidar” pensou ela, “agora estou bem crescida, tenho certeza”.
Depois
que terminou de capinar o mato, olhou em volta. As flores estavam muito
bonitas. Mas Nancy gostava muito mais das rosas, e decidiu esquecer a regra
antiga e chegou bem perto do cercado para ver as rosas.
“Ah,
como eu gostaria de ter uma rosa” , disse alto. E viu uma rosa por cima da
cerca.
Uma
vozinha dentro dela parecia dizer: “Por que você não pega essa linda rosa que
está em cima da cerca? Você pode alcançar muito fácil, e a vovó nunca vai
saber”.
Mas,
no mesmo instante, outra voz, a voz da consciência, parecia dizer: “Não!
Lembre-se da ordem da vovó. Ela não quer que você arranque as flores. Você
poderá se machucar com os espinhos se tentar pegar aquela rosa”.
Mas
Nancy desprezou a voz da consciência e subiu na cerca. Esticou a mão e segurou
o talo da rosa, virou de um lado para o outro, torceu, mas não conseguia
arrancar. Usou então as duas mãos, e de repente perdeu o equilíbrio e caiu
diretamente em cima da roseira.
“Ai!
Ai! Ai!” Nancy começou a gritar de dor. Os espinhos que estavam nos ramos da
roseira iam arranhando seu rosto conforme ela caia. Também suas pernas e seus
braços estavam arranhados, e, além disso, seu vestido estava rasgado.
Cada
vez que Nancy se mexia, tentando levantar-se, os espinhos a arranhavam ainda
mais. Então chamou pela vovó com toda a força de seus pulmões. Esqueceu que
tinha desobedecido, esqueceu que a vovó poderia ficar muito zangada com ela, e
somente sabia que queria se ver livre daqueles espinhos horríveis.
A
vovó ouviu seus gritos e veio correndo. Com muito cuidado tirou Nancy do meio
da roseira, e carinhosamente a carregou para dentro de casa.
Gentilmente
lavou seus ferimentos e arranhões com uma loção desinfetante. Logo Nancy se
sentiu bem melhor.
“Estou
muito triste porque desobedeci à senhora e quebrei a roseira”, disse
arrependida.
A
vovó a abraçou com todo o cuidado: “Agora não devemos ficar preocupadas com
roseiras quebradas, mas sim dar graças que os ferimentos”.
De
minha netinha não foram mais graves”, disse a vovó carinhosamente. “Você sabe,
as tentações de Satanás são exatamente como aquelas lindas rosas. Ele as torna
tão atrativas que não vemos os espinhos até que seja tarde demais. Mas então
podemos chamar por Jesus. Ele sempre vai nos ouvir. Ele vai nos tirar do meio
dos espinhos e nos perdoar com todo o amor, assim como a vovó lhe perdoou,
querida Nancy ““.
Então,
Nancy sorriu. Como era bom ser perdoada!