VERSÍCULO
BÍBLICO PARA MEMORIZAÇÃO:
“Mas
tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai
que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.” Mateus 6:6
Tudo
aconteceu na época da 2ª Guerra Mundial. Exércitos inimigos invadiam as aldeias
na Índia. Casas eram destruídas, pessoas morriam e famílias inteiras ficavam
separadas.
Abubaquer
era filho único, amava seus pais. Ele não queria imaginar que essa tragédia
pudesse acontecer a ele. Ficar longe do pai? Nem pensar!
Todos
os dias Abubaquer chegava da escola, almoçava com a mamãe, fazia o seu dever de
casa e passava o resto da tarde na mercearia do pai. O pai vendia pão, leite,
frutas, cereais, brinquedos feitos em madeira e pipas. Abubaquer ajudava o pai
nas vendas. Ele ficava ansioso, olhando para o relógio, pois às 17 horas em
ponto, o pai fechava a mercearia e os dois subiam uma montanha para soltar pipa.
Abubaquer ficava tão feliz, ficar bem pertinho do papai era tudo o que ele
queria.
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Em
certas ocasiões, o papai dizia:
—
Hoje não vai dar para brincar, soltar pipa. Eu tenho que pintar a cerca.”
Abubaquer
dizia:
—
Não tem importância, papai, eu só quero ficar pertinho de você, eu posso até
mesmo lhe ajudar!
Estar
bem junto do papai era tudo o que Abubaquer queria.
Num
certo dia, porém, Abubaquer almoçava com a mamãe, o pai estava saindo para ir à
mercearia, quando ouviram os gritos dos vizinhos:
—
Fujam! Fujam! Soldados inimigos estão aí! Fujam!
Era
tarde demais! O papai foi capturado. Um soldado enorme o agarrou e o levou.
Abubaquer e a mamãe conseguiram fugir junto com outros vizinhos. Correram
muito, foram o mais rápido que puderam...
O
tempo passava lentamente. A mamãe conseguiu se estabelecer em uma nova aldeia.
Ela conseguiu trabalho, conseguiu uma casinha para morar, uma nova escola para
Abubaquer. Mas ele não queria reagir, não comia, não brincava com os novos
amigos, não queria ir à escola...
Habubaquer
só pensava no papai e no dia me que pudesse encontrá-lo novamente.
A
mãe de Abubaquer estava muito preocupada, ela dizia:
—
Abubaquer, você precisa reagir, sair dessa tristeza. Comer, brincar, ir à
escola. Quem sabe, um dia, a gente encontra o papai.
— A
mamãe tem razão! Eu preciso reagir! – pensou Abubaquer.
Ele
decidiu ir à escola. Quando voltou, enquanto passava diante de uma casa,
Abubaquer percebeu que algumas crianças estavam de joelhos, com as mãos postas,
conversando com alguém. Elas estavam de olhos fechados e Abubaquer não entendia
com quem elas falavam, pois ele não via ninguém por perto. Ele ficou muito
curioso, queria saber com quem as crianças falavam! Abubaquer esperou. Quando
um dos meninos saiu, Abubaquer perguntou:
— Ei, amigo! Com quem
vocês estavam falando, eu fiquei tão curioso, quis ficar aqui esperando, só
para perguntar.
O menino
parou, olhou atentamente para Abubaquer e lhe perguntou:
—
Abubaquer, você já ouviu falar de Jesus?
—
Eu, não, quem é “Ele”?
—
Ele é o único e perfeito filho de Deus, que veio do céu, nasceu como um nenê
para morrer numa cruz e ser o nosso Salvador. Ele venceu a morte e ressuscitou
para nos dar vida, vida eterna, que dura para sempre. Ele é tão poderoso,
Abubaquer, que Ele faz existir as coisas que não existem (Romanos 4:17).
Deus
criou tudo o que há apenas falando.
Abubaquer
ficou tão impressionado, ele não conhecia nada sobre Deus, sobre Jesus... Ele
pediu a Jesus que perdoasse os seus pecados.
Abubaquer
se despediu do menino e foi embora.
No
caminho, ele entrou numa venda, comprou uma pipa e escreveu nela um recadinho
assim:
—
Querido Deus, eu me chamo Abubaquer, o meu pai também se chama Abubaquer, eu
moro na Aldeia da Montanha. Por favor, Deus, traz o meu papai pra casa.
Abubaquer
subiu na montanha mais alta e soltou a pipa. Ele deu toda linha que ele tinha.
A pipa chegou bem pertinho das nuvens. Abubaquer pensou:
—
Agora sim, Deus já leu o meu recadinho, a pipa chegou lá bem pertinho d’Ele!
De
repente, a linha da pipa arrebentou e ela foi embora, caindo... Abubaquer
pensou:
—
Não tem problema, Deus já leu mesmo! Eu vou para casa esperar o papai chegar.
Em
outra cidade, numa estação de trem, um homem esperava ansioso que os
passageiros descessem. Era o pai de Abubaquer. Ele tinha esperança que
Abubaquer e a mamãe descobrissem onde ele estava e fossem ao seu encontro. Ele
ia todos os dias à estação e esperava a chegada do trem.Ele sempre ficava
decepcionado.
Nesse
dia, porém, ele percebeu que havia uma pipa presa no alto do último vagão. Ele
se lembrou de Abubaquer, era a brincadeira predileta do filho. Ele correu até o
trem, retirou a pipa e, para sua surpresa, leu:
—
Querido Deus, eu me chamo Abubaquer, o meu pai também se chama Abubaquer, eu
moro na Aldeia da Montanha. Por favor, Deus, traz o meu papai pra casa.
Quando
o pai leu aquele bilhete, pulou de alegria! Aldeia da Montanha é para lá que eu
preciso ir.
O
papai entrou na estação e foi rapidamente para a Aldeia da Montanha. Quando ele
desceu do trem, entrou numa mercearia e perguntou ao dono:
— O
senhor conhece um menino chamado Abubaquer?
As
aldeias eram bem pequenas, todos se conheciam.
O
homem respondeu:
—
Conheço, sim. Ele mora na rua de cima, na terceira casa à direita.
O
papai encontrou a casa, bateu na porta e Abubaquer veio atender. Quando ele viu
o pai, gritou:
—
Papai! Papai! Deus existe de verdade! Ele trouxe você de volta pra casa.
O
pai abraçou Abubaquer, abraçou a mamãe. Ele queria saber sobre “Deus”, que é
Todo Poderoso, que faz existir o que não existe.
O
Deus que faz uma pipa voar quilômetros, só para que um pai reencontre a sua
família.
DIREITOS
AUTORAIS - Bruno Barroso e Shirley